O curioso é como a imprensa colonizadora divulga a notícia. A verdade é que os índios não abandonaram aquela Terra Indígena. Eles foram expulsos sob violência física e moral. Desde a invasão há notícias e indícios da existência de um grupo de pessoas que vive da exploração dos invasores para manter tais terras sob seu domínio, cobrando taxas e contribuições para protelar, na Justiça, a decisão dos juízes e/ou garantir indenizações em caso de desocupação. Isso precisa ser investigado, porque se for verdade se constitui "organização criminosa".
A violência contra os índios continua ainda 60 anos depois do início invasão. Em 2004, um caminhão que servia à Comunidade Indígena no transporte de leite e nos serviços produtivos e sociais dos Bóe Bororo foi queimado; e até hoje não se tem conhecimento público de quem foram os criminosos.
Depois disso houve o assassinato de uma pessoa indígena sob a alegação de que ele "roubou" uma ferramenta em uma fazenda. Jarudóri é uma Terra Indígena onde há fazendeiros com até um mil hectares de terra. Há laudo que comprova o assentamento de pessoas em outros lugares, mas que deixaram familiares em Jarudóri. A Política Federal poderia investigar quem vendeu os títulos de lotes da T. I., qual foi o Cartório que concedeu tais títulos ilegais e quem foram os funcionários estaduais que os reconheceram. É fácil saber tudo isso.
A identificação está nos próprios documentos. Todos os envolvidos, indistintamente, sabiam e sabem que Jurudóri é uma Terra Indígena e, portanto, ao invés de indenização devem ser criminalizados porque, além da invasão, derrubaram a mata, destruíram as matas ciliares dos rios e córregos e foram, no mínimo, conviventes com as violências cometidas contra as pessoas indígenas.